June 21, 2007

Entre abóboras e zulus

Digam "oi" pro fio.
"Oi fio!"
Que tom mais artificial! Não se preocupem. O fio nem percebeu. Porque o fio tá procurando uma casinha. O fio anda devagar mas fica de olhos bem abertos pra tentar encontrar. Um caminho cruza o outro e passa por baixo que vira a esquerda depois da lata amassada e volta denovo pra rua depois da curva fechada e segue mais oito passos pra dentro e... o fio tá perdido. Já era. Olha lá! É o coelho! Se ele não puder avisar o fio do perigo pode ser que o fio até tire os sapatos. Mas o coelho só tem pressa. Fugiu! Ainda bem que as maravilhas ficam do outro lado do buraco. O fio virou a direita agora. O fio acha que está certo. E o barulho forte do barco na garrafa fechada fez o fio se desconcentrar. Praonde que o fio tá indo? Ele não queria o pote cheio de trevos de quatro folhas? O fio já esqueceu. Pelo menos ele ainda não tá cansado. Mas a poeira nos olhos do fio faz sair água salgada. Vamos, vamos! Sem tempo pra isso nem praquele outro! E o fio continua andando sem saber o porquê nem por onde ir nem onde vai chegar. O fio está indo.
Digam "tchau" pro fio!

January 12, 2007

Requiem por um Sonho

Esta noite me sinto novamente a vontade para escrever aqui. Devo agradecer a um filme. Tão... grave. Chega a ser inspirador.

"Requiem for a Dream"

Definitivamente recomendo.

Ah, como gosto de me sentir assim! Um pouco artificial agora, mas dá pra curtir ainda assim. Pensando é estranho. eu diria incoerente. Mas o que sinto é diferente. Por que a tristeza é tão bela?

Só e quieto. Gosto de sentir tristeza!

August 06, 2005

Metainspiração (Sobre o texto apresentado anteriormente)

  • "Paint Pastel Princess" do Silverchair;
  • Um acontecido mal definido;
  • Uma esperança que não deveria existir (como toda esperaça nunca deveria existir);
  • Um contato físico;
  • Gula, Ganância, Ambição. Conflitantes com os códigos do superego;
  • Ato falho insistido: a troca de nomes;
  • Um amor que se choca com tudo isso, indo contra toda essa irracionalidade semi-exposta;
  • E o derradeiro: um sonho doce.

Do meu lado e em mim

Perseguição
Imagens oníricas envoltas em véus de dúvidas e prazer
Assombração
Rasgam minha mente sensações de culpa

Preso num labirinto de desejos
Ousso ecos de um passado que insiste
Em se fazer presente

Instinto, luxúria, paixão
Impiedoso inconsciente incessante
Escute o lamúrio desta alma que te implora
Por um instante de alívio

Fios claros e toques suaves entorpecentes
A meio-quista indesejada volúpia
Estátua de cera podre
M

July 17, 2005

Segundo o Dicionário Aurélio:

Ódio :

[Do lat. odiu.] S. m.

1. Paixão que impele a causar ou desejar mal a alguém; execração, rancor, raiva, ira;

2. Aversão a pessoa, atitude, coisa, etc.; repugnância, antipatia, desprezo, repulsão.

April 12, 2005

Doces Sonhos

Alguns sonhos assustam. Sonhos que reverberam pelo dia depois do despertar. Sonhos que parecem deixar uma marca a ferro quente na mente. Que fazem refletir sobre assuntos a muito tidos como encerrados. Alguns sonhos trágicos são muito assustadores. Mas um sonho doce pode ser ainda mais assustador.

March 19, 2005

Estranheza

sozinho no escuro
dá medo

um estranho
o mundo é paralelo
alheio, isolado, distante

afastamente, indiferença, esquecimento
solidão
medo

o meio-termo entre morto e vivo

o mais-ou-menos que mata
o quase não é

aversão ao diferente
imperfeito
indivíduo único?

October 16, 2004

Dama Prateada

Altiva, serena, intocável
Dotada da mais singular beleza
És fonte de inspiração para filósofos e poetas
Ladra de olhares e suspiros
Tua luz pálida ilumina o caminho dos errantes
Tua majestosa presença incentiva os apáticos
E mesmo quando te esconde dos olhares
Tua lembrança instiga paixões
Ó rainha da noite
És lenda, és deusa, és metamorfa
Companheira da escuridão
Derrama teu glamour sobre essa terra mortal
E faça eterno este instante

October 11, 2004

.38 e um Objetivo

Abriu a janela. A brisa noturna acariciava seu rosto. Voltou o olhar para o seu quarto. Está imundo! Ajeitou a cama. Inútil. Acendeu um cigarro e tragou com calma. Sentou na cama e pegou a foto. Sabia o que deveria ser feito. O miserável devia morrer. Abriu a gaveta da cabeceira e tirou o revolver já carregado. Por um instante lembrou de sua desgraça. Mas é agora que irá acertar as contas. Ninguém irá sentir falta do miserável mesmo. Respirou fundo antes de partir. Fechou o olho esquerdo e olhou para dentro do cano de seu revolver. Puxou o gatilho.

October 10, 2004

Um toque de frio

Tudo o que toco é frio
Tudo o que toco é áspero e duro
Meus dedos doem

Noites insípidas consomem a alma calejada
Numa espiral decadente de sofrimento e terror
Silêncio
E a ilusão de que a escuridão acolhedora trará a resposta

Sinto o peso dos grilhões que me acorrentam
Me sinto incapaz
E nessa angustiante espera
A desesperança transforma o desespero em passividade